Tu, ó luar,
tu és cúmplice dos desatinos da noite,
sedutor das almas perdidas,
das entregas maliciosas e ilícitas,
das promessas susurradas ao alcance dos lábios que deslizam sobre as vértebras trêmulas,
vibrantes,
no arrepio que espreita o minuto oportuno de chegar e de partir.
O mundo emudece aos profanos sons do amor sob o luar; o grito molhado refaz a vida,
na fusão do seres promíscuos,
entregues,
na exaustão dos corpos ensandecidos,
que ao fim adormecem.
Antes que o luar se apague,
ou a noite venha a findar os sobreviventes,
noturnos caminham sorrateiramente no breu dos acontecimentos, pisando o território sacralizado pelo luar,
que alto ainda brilha iluminando o caminho de volta,
por onde os amantes se perdem.
Eros descansa.
krika 24/09/2011
Foto by krika
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