sexta-feira, 29 de setembro de 2023



O tempo das coisas

Foto by Krika


Entre mim e o teclado 

uma imensidão de

sentimentos e entre nós

uma noite enluarada,

que cheirava limão

 espremido na hora,

 colhido no pé de limão

do meu eu-quintal, 

que não existe mais.

As coisas vão desaparecendo no tempo...

e a saudade vai buscar nas entranhas...

Tempo só anda pra frente 

e a passos largos, ultimamente...


krika 29/9/23 






 

sábado, 16 de abril de 2022


E com o passar do tempo, todo o mundo dela estava no horizonte daquela janela!
 Uma vida inteirinha cabia naquela mira, entre tecidos esvoaçantes, ferro e vidros.



krika 17/4/22






    


 

sexta-feira, 15 de abril de 2022


MEUS ADVÉRBIOS

 Tudo mudou... a vida mudou, eu mudei!

Se isso é bom, ainda não sei.

Mas  eu mudei,  e mudei muito, tanto e um tanto e depois troquei de pele, de roupa, de vida...

Mas ainda pareço igual!

Caminho meus desconhecidos e novos caminhos, ou será que sempre foram?  Serão hoje  os mesmos e eu não percebi? 

No processo de mudanças redescobri a mim mesma, gostei um tanto e me assustei outro tanto... não sabia que eu era assim. Não desgosto de mim, não, eu me quero assim renovada, sob a pele envelhecida na passagem do tempo.

 Renovei as entranhas pra poder seguir, mais uma vez, cuidando mais um tanto de mim.

Isso é de uma dureza áspera, que dói as pontas dos dedos ao tocar, mas os pés caminham  firmes. Não há mais tempo de voltar.

Não sou a mesma de agora e nem de antes! Mudei! Mudar pede demora e exige da gente precisão, nas imprecisas horas de se viver um tanto a mais, ou um nem tanto, só por enquanto, só por amar!


krika 15/4/22

quinta-feira, 5 de agosto de 2021


  A solidão bateu desesperadamente à porta do quarto de dormir, mas antes, vagou pelos cômodos da casa silenciosa, pisando macio o chão de arenosos segredos, que escondia o perigo  e os pensamentos ardilosos, imersos nas paredes amareladas pelo tempo, nas palavras esquecidas sob um teto e não proferidas em uma vida inteirinha, inteirinha e que ecoavam no vazio de não serem ditas e se perdiam no vento que entrava pela janela, iluminada naquele vestígio de sol. A luz solar, que dourava a vida, também escondia segredos impublicáveis à luz do dia, nos desejos guardados em pensamentos e saudades. O sol inebria a mente da gente. Dá uma moleza que só vendo, mas essa maluquice que maluquece a gente no saudosismo descalço em chão de terra batida, ajuda na cura e clareia o amor. Solidão, quando entra, carrega a gente pra longe, em tempo de não mais voltar. Mas tudo nessa vida é questão de tempo, melhor deixar ele passar.

krika6/8/2021