Os caminhos abertos entre dois mundos romperam a barreira do infinito e conduziram-me às inverdades no absoluto. A cada passo olhava pra trás e via apenas a vaga lembrança das pegadas amareladas pelo tempo insólito. Esguias passarelas em tons de verde transformavam a trajetória em incertezas: as árvores mudavam de lugar. Não se via mais a trilha e sol era apenas uma lâmina cortante sobre as cabeças, decepando pensamentos tortuosos. O vento soprara quente naquele janeiro distinto e as almas mais perdidas se encontravam à beira do caminho na vã espera da salvação. O desconhecido a cada curva trazia o medo e as aflições e a viagem sonolenta esvaziava as mentes, entorpecia o sentir e desviava as emoções. Viajantes , lado a lado, não mais proferiram suas teses infundadas, nem levantaram bandeiras convictas, certezas vazias. O comodismo se instalara. Quantos por mim passaram e quantos apenas vi da janela de um quarto escuro, sem flores, sem perfume... O asfalto frio impusera destinos e tudo virou história em algumas rimas perdidas.
krika 2/01/2012
foto by krika. estrada no litoral paulista
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