Saí do limbo onde estavam minh' alma, meus pensamentos inconstantes, minha dilaceração permanente, meus rompantes pertinentes, meus desejos indecentes, minhas agonias silenciosas e minhas palavras ferinas. Pisei manso sobre o manto púrpura da minha dor, do meu eu rasgado em pedaços tão pequenos, tão impossíveis de juntar. Refiz minhas metades indivisíveis, tentei me reconstruir em alvenaria, dessas que o sopro mais potente não é capaz de abalar. Reergui-me esguia e forte, altiva de mim mesma, na soberania despudorada, feroz e libertei minha natureza selvagem e felina em busca de uma presa pelas savanas de um tempo, no fim de um belo verão. Ouvi o vento no sopro da vida, com o hálito quente no aroma do almíscar e me deixei levar pelas inconsequências de ser e de estar num mundo perdido ou achado num canto qualquer. Quis desenhar a poesia. E depois nada quis. Eu simplesmente voltei!
krika 04/10/2011
*modificado na manhã de 04/10/2011
foto by filhota, num desvio qualquer indo pro litoral do RJ.
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