Naquela noite o amor caminhava soliário, sem rumo,
pisando quieto sobre a relva, sob o sereno abundante
que descia sobre o sentimento abandonado ao relento noturno,
mas caminhava...
Havia um silêncio ecoando sob o abrigo do luar,
que sempre fora companheiro do amor nos devaneios humanos.
A solidão das noites escuras e sombrias, sedutoras de almas perdidas
no descompasso entre o amor e a paixão buscava refúgio nos morros,
agora disformes pela escuridão.
O sol, cúmplice dos desejos ardentes, adormecera tranquilo,
deixando um fio de luz ao luar para iluminar os amantes,
preenchidos pelo amor. Mas o amor estava perdido, desatinado.
Naquela noite o amor se desfazia
sem as mãos que o guiavam,
sem os braços que o protegiam,
sem os lábios que o proferiam,
sem os corpos que o concretizavam,
sem a paixão que o conduzia,
sem os sussurros que o embalavam,
sem as promessas que o reviviam,
sem as palavras que o descreviam...
Naquela noite o amor se perdeu. Mas o luar estava lá!
krika 31/10/2011
Foto by krika - o luar no meu eu-quintal
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