Queria sair de mim e ser você nos dias tempestuosos em que devoro os pensamentos. Queria ser eu mesma em qualquer dia e lugar. Sou espelho sem aço, ou já não sei quem eu sou. Às vezes sou sombra, às vezes reflexo e às vezes perdida, me acho sem mim. Minhas identidades não me identificam, sou mutante. Assumo cores e formas disformes diante de mim. Sou borboleta sem casulo, ou a própria transformação. Em cabelos, olhos, bocas e palavras, que me percorrem as entranhas e despencam de mim. Em tintas e folhas e dentro de mim. Em amores atados, amarrados em mim. De quê adianta meu querer? Estou em processo e envelheço e me renovo e me aprendo e me desfaço em todos os meus pedaços inteiros de mim. Assim sou um eu que só sai de mim se for pra você.
Publicado em junho, revisitado em novembro
krika
foto by krika - serra que contorna (e adorna!) a cidade de Ubatuba no litoral norte de SP.
ResponderExcluirAmei krika e me identifiquei. Carinhos
ResponderExcluirHola Krika,estoy re-leyendo tus entradas que me parecen preciosas, aunque a veces me cuesta un poco captar todo su significado.
ResponderExcluirUn abrazo, amiga.