Pretéritos natalinos...

 

Havia um silêncio pacificador,

perceptível do lado de fora,

alheio aos barulhos da vida,

sob o céu azul, brilhante

e vivo,

acolhendo as retinas contemplativas,

buscando as retinas desatentas.

 

A respiração podia ser ouvida,

reveladora das orações aflitas,

agradecidas,

resignadas em cada ser presente ali. 

 

A fresta de luz, pelas janelas laterais,

dava um ar mais que celestial,

Divino e revelava a fragilidade,

que busca colo, amparo e direção.

 

 Os bancos em madeira escura

e antiga

deixavam a sensação de tempo atemporal,

e sentados, todos, no mais absoluto silêncio,

escutavam a si mesmos.

 

A presença do Sagrado preenchia todo o lugar,

apaziguando as dores,

 enxugando as lágrimas

e acolhendo a todos na mais intensa manifestação

de amor... e era quase Natal... bem às vésperas do verão...

 

krika revisitado em 20/12/2013