terça-feira, 15 de outubro de 2013

Retornos sem volta!



REFÚGIOS

Quero colo.
Quero o próprio querer, renascendo em mim a esfera do ser. Sou um ser-no-mundo, que me arrebata, ferindo a pele e a alma. Sinto saudades de mim.
Hoje, especialmente hoje, estou carente do ser que um dia fui. Não me reconheço mais no reflexo do espelho da alma.  Alma silenciosa e transparente ao corpus,
indiferente ao anima.
Ânimo do espírito em desleixo no desejo do ser.
Quero mais que posso querer do que foi determinado a mim.
Quanto ainda posso caminhar na relva molhada de orvalho em noites medievais? Esvoaçando as vestes translúcidas em azul celeste, por entre plumas das folhagens caídas sobre a relva, no rastro congelado. Sobre membros delicados, desnudos e expostos ao vento que sopra suavemente, tocando a pele morena,
 caminho.
A direção desnorteada, irrequieta e ansiosa tira-me o fôlego da vida. 
Sinto-me só.
Meus medos apavoram-me e tiram-me o prazer real das vivências.
Mas caminho.
Os caminhos misteriosos, noturnos e sombrios da vida, por vezes conduzem ao paraíso? Ainda assim caminho.
Por montanhas azuladas, brumas suaves e densas, encontro alguém em meu caminho. Serei eu mesma?
Continuo a caminhar.
Os rostos desfigurados revelam minha verdadeira face. Os espelhos.
Penso e caminho.
Ah! Meus próprios caminhos que não são meus.
Mas são caminhos.
                                      
 
Por Krika Gomes 03/08/08
 
Revisitado 15/10/2013

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