quarta-feira, 3 de agosto de 2011


Pretéritos cromáticos do Ipê em flor

"Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá" e também tem Ipês. Ipês amarelos, prenúncios de primavera, quando acontece a florada amarela, a  rosa,  a branca e uma roxinha suave. Ele vem em flor pela avenida de entrada na cidade, encantando até os olhos mais desatentos, que na rotina cega, deixam passar os detalhes. Mas estes Ipês não são detalhes, são a atração principal. Vão florindo em amarelo para combinar com o dourado do sol, sol do interor, aquele mesmo que aquece e desbota a roupa no varal, para depois dourar o amarelo do Ipê, sob um azul sorridente, que dissipa as nuvens para o dourado passar. Amarelo que também dissipa o breu de nossas dores, no cinza de nossas aflições, espalhando a magia quente do inverno em flor. Amarelo que reluz a luz de um dia, nos passos apressados para as labutas da vida, nos olhos apagados pelas batalhas perdidas, nas preces proferidas a cada passo por essa extensa avenida. Amarelo que foi muda, agora emudece o observador.

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