quinta-feira, 26 de maio de 2011

                                                           REFÚGIOS

Quero colo. Quero o próprio querer, renascendo-me a esfera caliente do ser. Sou um ser-no-mundo, que me arrebata, ferindo-me a pele e a alma. Sinto saudades de mim. Hoje, especialmente hoje estou carente do ser que um dia fui. Não me reconheço mais no reflexo do espelho da alma.  Alma silenciosa e transparente ao corpus, indiferente ao anima. Ânimo do espírito em desleixo no desejo do ser. Quero mais que posso querer do que foi determinado a mim. Quanto ainda posso caminhar na relva molhada de orvalho em noites medievais? Esvoaçando as vestes translúcidas em azul celeste, por entre plumas das folhagens caídas sobre a relva, o rastro congelado. Sobre membros delicados, desnudos e expostos ao vento que sopra suavemente, tocando a pele morena, caminho. A direção desnorteada, irrequieta e ansiosa tira-me o fôlego da vida. Estou me sentindo só. Meus medos me apavoram e tiram-me o prazer real das vivencias. Mas caminho. Os caminhos misteriosos, noturnos e sombrios da vida, por vezes me levam ao paraíso? Ainda assim caminho. Por montanhas azuladas, envoltas em brumas suaves e densas, encontro alguém em meu caminho. Serei eu mesma? Continuo caminhando. Os rostos desfigurados revelam a verdadeira face de mim. Os espelhos. Penso e caminho. Ah! Meus próprios caminhos que não são meus. Mas são caminhos.
Por Krika Gomes 03/08/08




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